O setor siderúrgico está passando por uma profunda transformação. Embora a descarbonização seja, sem dúvida, o desafio mais crítico de longo prazo, ela é apenas uma das muitas questões urgentes atuais. Em meio a essas incertezas, os produtores de aço - tanto na América Latina quanto em nível global - enfrentam uma questão fundamental: Agir agora ou esperar?
Nesse período de transformação, é essencial identificar o caminho certo. A decisão deve levar em conta não apenas os volumes de investimento, mas também os fatores regionais, a dinâmica do mercado, a disponibilidade de matérias-primas e os custos de serviços públicos. Essas considerações são fundamentais para a elaboração de uma estratégia que equilibre sustentabilidade e viabilidade econômica.
Soluções inteligentes disponíveis
A descarbonização do setor siderúrgico depende de investimentos substanciais. No entanto, um progresso significativo também pode ser alcançado por meio de otimizações operacionais que reduzam tanto as emissões de CO2 quanto os custos operacionais. A convergência da automação, da eletrificação e da digitalização está acelerando essa transformação ao melhorar a eficiência energética, minimizar o desperdício, maximizar a reciclagem e aprimorar o desempenho geral:
- A automação melhora o controle do processo, reduz as perdas de energia e otimiza o desempenho do equipamento;
- A eletrificação substitui os sistemas baseados em combustíveis fósseis por alternativas mais limpas, reduzindo diretamente as emissões;
- A digitalização aproveita o monitoramento em tempo real, a análise preditiva e a tomada de decisões orientada por dados para aprimorar a utilização de recursos e a eficiência operacional.
No SMS group, o Viridis Energy & Sustainability Suite aplica esses princípios ao integrar a coleta de dados em tempo real, a análise avançada e a otimização de processos para apoiar a descarbonização em ambientes industriais. As soluções se concentram no aprimoramento da eficiência energética por meio da identificação de lacunas de desempenho, detecção de vazamentos, otimização da distribuição de recursos e previsão da demanda de energia. Além disso, elas oferecem ferramentas para monitorar, gerenciar e reportar emissões, proporcionando transparência no uso de energia e no rastreamento de emissões. Isso permite que as empresas tomem medidas proativas para reduzir sua pegada de carbono. Ao combinar automação, eletrificação e inteligência digital, essas ferramentas permitem que as empresas tomem medidas proativas em direção à sustentabilidade sem interromper as operações em andamento.
Outra solução de destaque é o BFXpert da Paul Wurth, um sistema integrado de controle de processos de nível 2 para operações de alto-forno. Ao otimizar o consumo de combustíveis, o BFXpert proporciona reduções mensuráveis nas emissões de CO2. Uma parceria recente com a Ternium Brasil demonstrou todo seu potencial: ao adotar o BFXpert, a Ternium obteve uma redução na taxa de coque de mais de 5 kg por tonelada de gusa, o que representa uma redução diária de 130 t de emissões de CO2 para uma produção de 8.000 t/dia.
O SMS group tem uma equipe de especialistas que abrange todo o processo produtivo, desenvolvendo ferramentas avançadas para avaliar e comparar os caminhos de produção, otimizando a pegada de carbono, os custos operacionais (OPEX) e o consumo de eletricidade. A combinação desses fatores permite que os clientes realizem uma avaliação personalizada de possíveis adaptações e/ou evoluções na rota de produção. Com acesso direto aos especialistas do SMS group, os clientes se beneficiam de uma colaboração perfeita e de conhecimento técnico especializado.
Vantagens estruturais
A América Latina oferece vantagens exclusivas em comparação com outras regiões. O Brasil, a Argentina e o Chile estão particularmente bem-posicionados para acelerar a transição para a produção de aço com baixo teor de carbono.
A matriz energética do Brasil é predominantemente renovável, com quase 90% de sua eletricidade gerada por fontes limpas. Os investimentos em energia eólica e solar estão expandindo essa capacidade anualmente. Da mesma forma, a Argentina gera 36% de sua eletricidade a partir de fontes hidrelétricas, eólicas e solares - superando as principais nações industriais, como China, Japão e Estados Unidos.
A disponibilidade substancial de energia renovável, especialmente no Brasil, combinada com a infraestrutura existente, é consideravelmente benéfica em termos da capacidade de produzir hidrogênio verde a um custo competitivo. A redução do minério de ferro com base no hidrogênio reduz significativamente as emissões de gases de efeito estufa (GEE).
O SMS group vem construindo parcerias estratégicas, como com a Eletrobras, a maior empresa de energia elétrica do Brasil e líder na geração, transmissão e distribuição de eletricidade. O objetivo é acelerar a aplicação da produção de hidrogênio verde para as indústrias, principalmente as de mineração e siderurgia. Parcerias com governos estaduais, embaixadas e agências de desenvolvimento, como o CIT SENAI em Minas Gerais e a GIZ (Agência Alemã de Cooperação Internacional), apoiam ainda mais esses esforços.
Além da energia renovável, a América Latina se beneficia de uma disponibilidade significativa de biomassa. A substituição de combustíveis fósseis por biomassa neutra em carbono, como o carvão vegetal, é uma alternativa viável no Brasil. Vários participantes do setor siderúrgico investem em unidades de produção de carvão vegetal derivado do cultivo sustentável de eucalipto. O SMS group no Brasil tem experiência no projeto de instalações de injeção de carvão vegetal pulverizado em altos-fornos, uma alternativa interessante que visa à redução de custos e da pegada de carbono. Há outras aplicações em que a biomassa pode ser usada para geração de bioeletricidade e produção de biocarvão, contribuindo para a redução das emissões de carbono.
As iniciativas do setor privado também estão ganhando impulso. Por exemplo, a Vale, a Eletrobras e o Porto do Açu estão conjuntamente desenvolvendo hubs de descarbonização, enquanto a ArcelorMittal está investindo em energia renovável e projetos de hidrogênio verde no complexo de Pecém, no Ceará, Brasil.
Nesse complexo contexto regional e geopolítico, o Brasil também fez progressos na regulamentação do mercado de carbono, criando um ambiente favorável ao investimento em tecnologias sustentáveis. Recentemente, o Senado Federal do Brasil aprovou um projeto de lei que regulamenta o mercado de crédito de carbono no Brasil. Essa estrutura legal estabelece as bases para um mercado de carbono regulamentado, como o que opera atualmente na União Europeia, incentivando as empresas a adotarem práticas mais sustentáveis e contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito estufa.
Todas essas condições apresentam um cenário favorável para tecnologias de descarbonização, como o EASyMelt da Paul Wurth, que depende da disponibilidade de gases industriais em um primeiro estágio e adota uma abordagem gradual para avançar progressivamente para o hidrogênio verde.
Agir agora ou esperar?
A América Latina está em uma posição única para liderar a descarbonização global do setor de metais. Seus abundantes recursos de energia renovável, seu potencial para a produção de hidrogênio verde e sua disponibilidade de biomassa fornecem uma base inigualável para a produção sustentável de aço. O progresso da região em investimentos em energia renovável e na regulamentação do mercado de carbono consolida ainda mais sua posição.
A questão permanece: agir agora ou esperar? Ao agirem agora, as empresas podem aproveitar essas vantagens, reduzir as emissões e garantir benefícios econômicos e ambientais de longo prazo. Por outro lado, esperar pode fazer com que essas oportunidades sejam perdidas.
A SMS group é o parceiro ideal para essa jornada. Com um conjunto abrangente de soluções digitais, tecnologias e conhecimento técnico, a SMS group oferece suporte personalizado para ajudar seus clientes na América Latina a atingirem suas metas de descarbonização. O momento de agir é agora. Juntos, podemos pavimentar o caminho para um setor de metais mais limpo e sustentável na América Latina.